Notícias

Plataforma oferece cursos gratuitos para migrantes empreendedores

Enviado em 21/05/2021 - 09:44

Foto: Pixabay/Divulgação

 

Cursos gratuitos para migrantes que desejam empreender no Brasil são oferecidos por uma plataforma de gestão de negócios.


 

Os cursos são ministrados em espanhol e podem ser feitos pelo site da Aliança Empreendedora, organização social fundada em Curitiba que auxilia microempreendedores de baixa renda e grupos de produção comunitários.

De acordo com os organizadores, o material dá dicas de como gerenciar um negócio em período de crise e aborda as dificuldades que os migrantes enfrentam por serem de outras nacionalidades.

Além de cursos, a plataforma oferece videoaulas, artigos e ferramentas para negócios.

Conteúdo

Um dos cursos ofertados é o “Empreender no Brasil: como administrar seu negócio durante a crise”.

Nas aulas, são apresentadas informações sobre o empreendedorismo no país, como gerenciar finanças, acesso ao crédito, vendas online, entre outros temas.

O material é destinado a pessoas que estão iniciando no empreendedorismo ou que tenham o próprio negócio.

 
Matéria extraída, na íntegra, do site G1

 

Desejáveis e indesejáveis: os paradoxos no acolhimento de migrantes venezuelanos

Enviado em 21/05/2021 - 09:36

 

Mais um estudo de grande relevância sobre a questão migratória na Amazônia acaba de ser defendido como tese de Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos. De autoria de Iana dos Santos Vasconcelos, egressa da Universidade Federal de Roraima, a tese foi orientada pelo professor doutor Igor José de Renó Machado e contou com a arguição do professor doutor João Carlos Jarochinski Silva, referência nos Estudos Migratórios do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Fronteiras – PPGSOF/UFRR.

Fruto de quatro anos pesquisa, a tese indica que a “acentuação da migração venezuelana a partir de 2015 é fruto de um processo histórico consolidado por diferentes pontos de vista, múltiplos interesses, disputas e relações de poder”. Desta forma, as migrações e outras formas de deslocamentos, “não podem ser analisadas desassociadas das formas de dominação, poder e da produção de desigualdades inerentes à estruturação do capitalismo global”, afirma a pesquisadora.

Grande conhecedora do contexto migratório da Amazônia, Iana apontou na sua tese doutoral alguns mecanismos que provocam as migrações, de modo especial entre países transfronteiriços na América do Sul e conclui que se trata “da escassez de alimentos e da instabilidade político-econômica na Venezuela, decorrentes dos antagonismos entre o governo bolivariano e as potências mundiais em torno do controle do petróleo”, dentre outros fatores de expulsão.

Em seu texto denso e potente, a pesquisadora afirma que “o percurso terrestre descortina especificidades do deslocamento humano na Amazônia setentrional. Integradas no seu isolamento, Boa Vista e Manaus revelaram-se como extensão da faixa de fronteira Brasil e Venezuela. Não por acaso, a estrutura implementada pela Operação Acolhida em Pacaraima foi reproduzida, posteriormente, em ambas as cidades. A observação das iniciativas de acolhimento demonstra a existência de um continuum entre as cidades. As diferenças destacadas no decorrer da tese não implicam, necessariamente, em formas divergentes de acolhimento, mas em reconfigurações locais que reproduzem as mesmas contradições globais”.

Para a pesquisadora, “dicotomias como segurança/humanitarismo, problema/oportunidade se interseccionam e produzem paradoxos no acolhimento dos/as recém-chegados/as”. Nas duas extremidades da questão abordada, “os/as manauaras e boa-vistenses enxergam e nomeiam os cidadãos do país vizinho com um olhar bifurcado entre pares de oposição: são vítimas para uns e agressores para outros; vulneráveis para alguns e aproveitadores/as para os contrários”.

Dentre as contradições no contexto migratório, a pesquisadora destaca a condição de “desejáveis e indesejáveis”, categorias amplamente utilizadas para explicar as migrações em nível mundial.  “Melhor receber doações como vulnerável do que despertar desconfiança como aproveitador/a. Mais desejável enquanto vítima de um governo ou de uma conspiração internacional do que potencial transgressor de costumes e legislações. Por certo que as condições de desejável ou indesejável são altamente intercambiáveis. Em larga medida, estão associadas a duas modalidades de agência do/a migrante: poner-se arrecho (fazer-se de bravo) ou poner-se pendejo (fazer-se de manso)”, quase que como uma estratégia de sobrevivência, afirma a doutora.

Sob o viés antropológico, a pesquisadora analisa o “acolhimento enquanto ato de hospitalidade que acontece enquanto uma relação assimétrica entre anfitrião e hóspede, entre quem dá e quem recebe. Aquele que recebe dificilmente conseguirá retribuir da mesma maneira. A dádiva ofertada carrega consigo os interesses de quem doa e define uma relação de poder com quem recebe”.

Vasconcelos conclui que “no âmbito do acolhimento institucional, seja ele privado ou governamental, a recusa do/a migrante em receber alimento ou mesmo a recusa de ficar instalado/a no abrigo pode ser encarada pelos/as brasileiros/as de forma depreciativa, contribuindo para manter o/a migrante indesejável. Na economia moral das dádivas, o abrigo é encarado como uma dádiva irrecusável. A dádiva-abrigo, sob a ótica da obrigação, deve ser recebida e retribuída com gratidão e sujeição ao controle social.

Na percepção de quem oferta, nada poderia ser pior que a condição de vida precária no país de origem”. Contudo, “no cotidiano do acolhimento institucional, o que prevalece é o pragmatismo do cumprimento de metas, a despeito da necessidade de quem é atendido/a. No campo da cooperação internacional, a disputa pelos recursos financeiros está diretamente ligada à capacidade de demonstrar resultados em conformidade com os interesses de quem financia”, afirma a pesquisadora.

O tema da captação de recursos internacionais voltados para o acolhimento aos migrantes também é abordado pela autora que conclui tratar-se de uma dinâmica que “obedece a lógicas de uma governança global das vulnerabilidades. Os embargos internacionais contra a economia venezuelana, parcialmente responsáveis pelo surgimento da emergência humanitária, não excluem a oferta de ajuda humanitária. De algozes a clementes, países como os EUA forjam imparcialidade e solidariedade universal que encobre a manutenção de poderes e interesses de pretensões hegemônicas”.

O tema da governança da questão migratória emerge com força na tese e a autora afirma que “essa governança das vulnerabilidades atravessa fronteiras e mobiliza uma rede de serviços especializados em causas humanitárias que disputam campos de atuação num mercado altamente competitivo, regido por padrões internacionais.

Nesse nicho de atividade, foi possível perceber uma disputa pelo protagonismo nas ações de acolhimento interseccionada com o fenômeno religioso. Contrastantes ideologias e práticas cristãs competem pela oferta de uma “mão amiga” ao próximo bem como pela captação de recursos financeiros e almas”. Nesta dinâmica, “instrumentos criados para proteger e assegurar os direitos humanos dos/as venezuelanos/as transformam-se constantemente em mecanismos de repressão contra os próprios migrantes” afirma.

A autora lida também com o tema da interiorizaçãoque implica numa logística de redistribuição dos migrantes enviados para outros estados da federação.   Para “a interiorização revela como as práticas de controle da mobilidade humana podem ser embaralhadas por intencionalidades humanitárias.

Apesar de aparecer como um termo novo no vocabulário das iniciativas governamentais brasileiras destinadas à migração, a prática da interiorização é antiga. O deslocamento dos/as indesejáveis para outras cidades, em outras regiões do país, também foi acionado como resposta à migração haitiana, como bem recordam representantes de instituições de acolhimento em Manaus naquele período”.

A pesquisadora classifica como “antipolítica migratória” todo o aparato do Estado Nacional voltado para “políticas temporárias, amparadas na tutela, na restrição de agência do/a migrante, sem maiores preocupações com a permanência em longo prazo dessas pessoas no território nacional”. Desta forma, a permanência das ações emergenciais tem impedido a criação de políticas migratórias permanentes.

Para a pesquisadora “por mais que as entidades religiosas se esforcem para promover integração laboral e sociocultural de migrantes, por mais que os/as venezuelanos/as consigam empreender, estudar e sobreviver por conta própria, falta o comprometimento das autoridades locais, estaduais e federais em propiciar canais permanentes para garantir vida plena à população migrante diante de um país desconhecido com seus próprios dilemas sociais, políticos, econômicos e culturais”, conclui.

O texto na sua íntegra será brevemente publicado no banco de teses da UFSCar (https://www.bco.ufscar.br/fontes-de-informacao/teses-e-dissertacoes) e poderá ser acionado para ampliar os estudos migratórios na Amazônia. Felicitações e gratidão à nova doutora em Antropologia Social por sua excelente contribuição à produção da ciência na Amazônia.


*Marcia Oliveira é doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia (UFAM), com pós-doutorado em Sociedade e Fronteiras (UFRR); mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, mestre em Gênero, Identidade e Cidadania (Universidad de Huelva - Espanha); Cientista Social, Licenciada em Sociologia (UFAM); pesquisadora do Grupo de Estudos Migratórios da Amazônia (UFAM); Pesquisadora do Grupo de Estudo Interdisciplinar sobre Fronteiras: Processos Sociais e Simbólicos (UFRR); Professora da Universidade Federal de Roraima (UFRR); pesquisadora do Observatório das Migrações em Rondônia (OBMIRO/UNIR). Assessora da Rede Eclesial Pan-Amazônica - REPAM/CNBB e da Cáritas Brasileira.

Matéria reproduzida - site amazonasatual.com.br

 

 

 

Conare capacita migrantes e refugiados em educação financeira

Enviado em 21/05/2021 - 09:31

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

 

Curso tem conceitos básicos de juros, poupança e investimento

 

A 3ª edição do curso de educação financeira, ministrado pela Coordenação-Geral do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça e Segurança Pública registrou cerca de 200 migrantes e refugiados em todo o país inscritos no curso de educação financeira.

Nesta edição, a novidade  é a disciplina de empreendedorismo. De acordo com o Conare, a formação em gestão de finanças pessoais traz conceitos básicos de juros, poupança, investimento, estratégias para sair do endividamento, organização orçamentária e planejamento. A primeira aula ocorreu na última terça-feira (19) e as demais, de hoje (20) até segunda-feira (24).

O ministério já capacitou 47 migrantes e refugiados desde março deste ano. Segundo o coordenador-geral do Conare, Bernardo Laferté, o curso tem origem no Programa de Educação Financeira do Banco Central do Brasil.

“O Ministério é um executor da política do Banco Central para o público específico de migrantes e refugiados. O curso busca dar conhecimento para que esse público tenha condição de se auto-organizar financeiramente e se reabilitar utilizando o conhecimento adquirido em sua gestão pessoal e profissional. É a materialização da política de forma transversal, criada pelo Banco Central e executada pelo Ministério da Justiça”, disse.

Serviço

Qualquer instituição ou organização da sociedade civil que queira solicitar o curso para este público pode entrar em contato com a Coordenação-Geral do Conare, nos e-mails: conare@mj.gov.br com cópia para clarissa.carmo@mj.gov.brmicheline.luz@mj.gov.br

Matéria extraída, na íntegra, do site agenciabrasil.ebc.com.br

*Com informações do MJSP.

Edição: Aécio Amado

Sancionada lei que prevê validade maior de prescrição médica para grávida

Enviado em 21/05/2021 - 09:21

*Depositphotos

 

Regra permite ainda pedidos eletrônicos de exames pré-natal  


Documentos poderão se manter válidos durante toda a gestação ou o puerpério

O presidente Jair Bolsonaro sancionou lei que estende o prazo de validade de prescrições médicas e pedidos de exames para mulheres grávidas ou que tenham dado à luz enquanto durar a pandemia de Covid-19. A Lei 14.152/21 foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (20).

Pela regra, os documentos, a critério do médico, podem se manter válidos durante toda a gestação ou o puerpério (período que termina quando o corpo da mulher volta às condições anteriores à gravidez), podendo ser usados formulários em meio eletrônico.

Ainda pela lei, o sistema de saúde deverá facilitar o acesso de grávidas e puérperas a cuidados intensivos e à internação em unidades de terapia intensiva (UTIs) durante a pandemia.

A lei é originada do PL 2442/20, da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e outros parlamentares. O texto foi aprovado em março pela Câmara dos Deputados e em abril pelo Senado.

 

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Marcia Becker
Com informações da Agência Brasil

 

Matéria extraída, na íntegra - site Agência Câmara de Notícias

UFBA Canta em Casa

Enviado em 13/05/2021 - 08:50

Clique  AQUI ou na imagem para ter acesso ao UFBA Canta em Casa

 

Ufba cria programa de apoio a migrantes e refugiados

Enviado em 12/05/2021 - 09:16

 

 

Sensibilizados com a situação de desamparo dos migrantes que chegam à Bahia, professores, técnicos administrativos e estudantes da Universidade Federal da Bahia criaram o Núcleo de Apoio a Migrantes e Refugiados, o Namir.

O programa de extensão interdepartamental pretende oferecer qualificação profissional, cursos de idiomas, programas de saúde, assistência jurídica e contribuir na integração social e empregabilidade da população refugiada.

Já foram firmadas parcerias com a Universidade Estadual de Santa Cruz e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. As três universidades estão organizando a Rede Universitária de Pesquisa e Estudos Migratório para atuar nas regiões e municípios, e fazer o perfil dos migrantes/refugiados vindos para a Bahia, inclusive criar um banco de dados.

Nos últimos anos, tem sido crescente o fluxo migratório, sobretudo de venezuelanos, despertando a atenção dos pesquisadores, por ser a Bahia um dos estados integrantes do Programa de Interiorização do Governo Federal.

Para os pesquisadores, sem apoio por parte do poder público e das organizações sociais, a população migrante e refugiada torna-se vítima de condições precárias e de superexploração.

 

 

Matéria extraída, na íntegra do site: AlmaBaiana 

Imagem: Freepik

Por Solange Galvão, jornalista

 

Congresso Virtual UFBA 2021 - Mesa: Direitos Humanos e Migração

Enviado em 05/05/2021 - 00:00

Mesa: Direitos Humanos e Migração

 
 
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Mesa: Direitos Humanos e Migração
Participação:  Prof. Dr. André Luís Batista Neves
                         Profa. Dra. Alessandra Rapacci Mascarenhas Prado
                         Profa. Dra. Mariangela Nascimento
                         Luciana Lopes – discente da Faculdade de Direito
 
 

Apresentação dos/as bolsistas

Curso de Capacitação Online de Direitos Humanos e  Migração

 
 

 

Algoritmo e a cibercultura no contexto de ensino aprendizagem em período de pandemia

 
Elton Brito Murici de Jesus
 
 
RESUMO
 
O ambiente pandêmico promovido com a chegada da covid-19 nos trouxe uma série de desafios e paradigmas para serem quebrados na questão educacional, seja ela no nível mais básico ao nível mais acadêmico. Um desses desafios são os algoritmos das redes social e das plataformas de streaming, que tem se mostrado fundamental no quesito educação a distância, mostrando que a mesma é a chave para uma globalização de acesso a um ensino eficiente e de qualidade em qualquer parte do mundo. Mas para isso é necessário a garantia do direito comunicativo, que permitirá à todos, transmitir e receber informações pela grande teia que é a internet.
 

 

A importância das mídias sociais na difusão do conhecimento no contexto, covid-19: o caso do curso de capacitação on-line em direitos humanos e migração

 

Itanira dos Santos Almeida

 

RESUMO

O presente video pôster aborda como diante de uma pandemia a coordenação do Namir (Núcleo de Apoio a Migrantes e Refugiados), conseguiu utilizar as mídias digitais/redes sociais como suporte para difusão de conhecimento para todos, através do Curso de Capacitação on-line de Direitos Humanos e Migração. Desde o primeiro surgimento no continente asiático em 2019, o coronavírus se espalhou de forma avassaladora pelo mundo, o que incidiu em uma das maiores pandemia já vista até o momento, causando até o mês janeiro/2021, mais de 1,9 milhões de mortes no mundo. Além das mortes substanciais e inquestionáveis correlacionadas ao Covid-19, a pandemia também afetou drasticamente o modo de viver em sociedade, protocolos de saúde foram adotados por autoridades de diversos setores sociais, de modo atenuar a disseminação do vírus, uma delas é o isolamento social, quando possível, com intuito de frear o ritmo de contágio. A medida assertiva de amenizar a propagação do novo coronavírus, através dessa estratégia, de modo a evitar aglomeração (que é algo inerente a qualquer evento), repercutiu negativamente no setor de eventos, pois houve diversos cancelamentos, adiamentos e incertezas sobre as realizações dos mesmos. O setor de eventos é um atrativo econômico para o país. De acordo com análise feita pela Associação Brasileira de Empresas e Eventos (ABEOC), e reproduzida pelo Zaz Produções (PRODUÇÕES, 2020), afirma que a indústria de eventos faturou mais de R$ 200 bilhões no Brasil, representando 4,3% do PIB nacional brasileiro. O Namir (Núcleo de Apoio a Migrantes e Refugiados), conseguiu nesse período de isolamento organizar um curso online, totalmente gratuito, sempre utilizando as mídias sociais(plataforma institucional virtual, palestras online – Youtube, divulgação do curso via Instagram) como suporte para difusão de conhecimento, voltado para todos.

 

 


 
 
Jéssica de Souza Silva
 
 
 
RESUMO
 
A vivência com monitoria tem o papel de implementação de estratégias alternativas de aprendizagem e produção de conhecimento a partir da experiência e inserção na realidade do academicismo. O Curso de Capacitação online de Direitos Humanos e Migração promovido pelo NAMIR- UFBA pode-se experenciar junto a docentes, técnicos, entidades públicas de todos os níveis a sensibilização e fortalecimento dos discentes para política migratória dos refugiados que constituem um grupo específico dentro das migrações internacionais. Forçados a fugir de seus países de origem em decorrência de conflitos por motivos étnicos, religiosos, políticos, regimes repressivos e outras situações de violência e violações de direitos humanos, essas pessoas cruzam as fronteiras em busca da proteção de outro Estado, com o objetivo primordial de resguardar suas vidas, liberdades e seguranças. O desenvolvimento deste plano de trabalho, empregou a metodologia participativa para a monitoria, demandando não só dos discentes, mas também a atuação dos docentes numa estratégia coletiva e horizontal, articulando com profissionais da área do Direito Migratório, além de gestores de toda ordem, sejam nacionais, ou internacionais. As práticas de monitoria do evento, em caráter virtual devido ao momento pandêmico, oportunizou aos estudantes o contato com área tão importante, porém desconhecida pelos mesmos, podendo gerar impactos na sua atuação profissional, pós formação acadêmica.
 
 

 

Nova Lei de Migração –Lei nº13.445/2017

Lara Albuquerque
 
 
 
       
 

ILHÉUS – Renascimento: indígenas de Olivença têm nomes de etnia Tupinambá inclusos em registro civil após ação da Defensoria Pública

Enviado em 26/04/2021 - 10:08

“É um resgate à memória dos nossos ancestrais”, disse Taynã Andrade Tupinambá. Resolução conjunta do CNJ e do CNMP assegura o direito à alteração do registro civil e a inclusão do nome indígena.


 

Cerca de dez anos se passaram desde a primeira tentativa de inclusão da etnia no registro civil de Taynã Andrade Tupinambá, 59 anos, e Xawã Tupinambá, 42 anos, e os dias atuais. Ambos percorreram muitas comarcas e contrataram diversos advogados até que a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA em Ilhéus, município localizado no Litoral Sul, passou a acompanhar o caso. Na última quarta-feira, 14, o casal de indígenas finalmente teve acesso às novas certidões de nascimento e deixou no passado os antigos registros, Faustiraci Andrade dos Santos e Rômulo Santos Pinheiro, respectivamente, como se chamavam anteriormente.

“Eu já estava passando até por um acompanhamento psicológico, isso estava me causando muitas dores. Mas foi através do atendimento da Defensora Pública, dessa compreensão do quanto era importante para mim e para meu companheiro, que nós pudemos ter o nosso direito garantido. Ter esse nome étnico, Taynã e Xawã Tupinambá, é um resgate à memória dos nossos ancestrais. É um resgate de várias nações que são esquecidas, massacradas por preconceitos, discriminações e etnocídios. São muitas histórias que se misturam e muitas emoções que vêm à tona”, relembra Taynã Tupinambá.

Orgulhosa, a assistida da DPE/BA explica que o seu nome significa ‘Os Primeiros Raios de Guaraci (sol)’, ou ainda ‘Estrela da Manhã’; já o do seu esposo, ‘Arara Vermelha’. Ambos possuem também um reconhecido trabalho na defesa da história e cultura indígena do povo Tupinambá de Olivença, na região Sul da Bahia, e já participaram de diversos eventos culturais e artísticos.

Taynã e Xawã Tupinambá recebem o registro civil já modificado após atuação da Defensoria Pública da Bahia

Taynã e Xawã Tupinambá recebem o registro civil já modificado após atuação da Defensoria Pública da Bahia

O Cocar e as pinturas ao longo do corpo estão sempre presentes em seus corpos como um sinal de respeito e memória. Além disso, toda a trajetória de ambos tem a ancestralidade como fonte de inspiração e consciência.

“Eu lembro da minha avó que, há 80 anos, mesmo sendo considerada analfabeta, teve o cuidado, a sabedoria de lembrar quem eu sou através do nome da minha mãe, Iraci, das minhas tias e tio – Araci, Miraci e Jaci. A gente tem a consciência de que pertencemos a um povo, uma etnia, uma nação, e que para existir o Brasil as nossas nações originárias foram esquecidas, os nossos direitos foram negados ao longo dos anos”.

Ações de acompanhamento de Taynã e Xawã Tupinambá foram propostas, ainda em 2019, pelo atual coordenador da 3ª Regional, Leonardo Couto Salles, após os assistidos serem encaminhados pelo Centro de Referência de Assistência Social de Olivença à Defensoria Pública. Em seguida, foram acompanhadas pela servidora Eliane e o defensor público Rodrigo Silva Gouveia, cuja atuação ocorreu junto à 3ª Vara Cível e de Registros Públicos da Comarca de Ilhéus.

Rodrigo Gouveia explica que foi necessário realizar atendimento à distância com a assistida, devido à primeira onda de Covid-19, além de realizar diligências junto ao Ministério Público e a diversos cartórios, inclusive do estado de São Paulo, para ter acesso ao inteiro teor da certidão de casamento de Taynã Tupinambá. Foi necessário ainda ingressar com uma ação para garantir a alteração do registro de nascimento.

“A Defensoria, mais uma vez, atuou como um elo entre os assistidos e o Judiciário, garantiu um direito fundamental e personalíssimo da assistida, materializando o princípio da dignidade humana, bem como o respeito ao devido pluralismo étnico e social na nossa sociedade”, afirmou.

Já o defensor público Leonardo Couto Salles explicou que os indígenas já registrados no Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais poderão pedir a retificação de seu registro de nascimento e a inclusão destas informações. Contudo, o pedido deve ser feito pelo indígena ou por seu representante legal por via judicial.

“O nome é elemento essencial para o autoconhecimento e reconhecimento da pessoa no meio em que vive. Garantir aos índios Tupinambás de Oliveira o acesso à justiça para que possam alterar o nome e incluir no assento de nascimento a etnia Tupinambá é uma forma de assegurar-lhes o direito a um documento que reflete suas origens, tradições, costumes e cultura que estão inseridos”, afirmou.

Leonardo Couto Salles explicou que o direito dos povos indígenas de manter e desenvolver suas características e identidades étnicas e culturais, incluindo o direito à autoidentificação, é reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, proclamada pela Organização das Nações Unidas, em 2007.

Também ressaltou ainda que, no Brasil, a Constituição Federal de 1988 (art. 231) garante “aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”.

A Resolução Conjunta CNJ/CNMP nº 03/2012 (art. 2º), do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, assegura o direito à alteração do registro civil e dispõe ainda que, entre as informações que podem ser registradas no documento, estão o nome indígena e a etnia, que poderá ser lançada como sobrenome. A aldeia de origem do indígena e a de seus pais também poderá constar, juntamente com o município de nascimento, no espaço destinado às informações referentes à naturalidade.

 

Matéria de Tunísia Cores - DRT/BA 5496, reproduzida do site defensoria.ba.def.br

Articulação da Defensoria põe fim a prazo de espera na emissão de registro civil retificado gratuito para pessoas trans

Enviado em 26/04/2021 - 10:01

Norma de entidade cartorial acabava prejudicando emissão gratuita de nova certidão em prazo inferior a 90 dias


 

Ter o nome e gênero, pelo qual se identifica, reconhecidos no registro civil de nascimento ficou mais acessível para pessoas trans na Bahia. Isso porque após solicitação da Defensoria Pública do Estado da Bahia, o Conselho Gestor do Fundo Especial de Compensação – FECOM, entidade cartorial privada, aprovou por unanimidade, na última sexta-feira, 16, uma resolução que encerra o prazo de espera para obter a emissão gratuita do documento.

Publicada pelo FECOM, a decisão já passa a beneficiar pessoas trans financeiramente carentes com processo de alteração de identidade em curso. Este é o caso do homem trans Esteban Santana, 24, que deu o pontapé para sua demanda durante o V Mutirão de Retificação de Nome e Gênero da Defensoria.

“Essa espera vinha atrapalhando alguns planos meus. Sou escritor e já estava certo de que participaria de alguns eventos em que tenho que emitir recibos. Minha intenção quando comecei a mudança era logo evitar o constrangimento de ter meu nome civil anterior circulando entre aqueles que me pagam”, relatou Esteban Santana.

Morando só e vivendo da renda de participações em eventos literários, Esteban teria de desembolsar o valor da emissão de seu registro retificado se não quisesse aguardar por 90 dias. Isso ocorria pois, de acordo com as regras anteriores, para dar entrada no processo de retificação era preciso emitir certidão atualizada com o antigo nome, e uma destas duas certidões não era reembolsada aos cartórios se emitidas sem o intervalo dos 90 dias.

Pontuando que na Bahia as pessoas trans que buscam mudança de prenome [primeiro nome] e de gênero estão isentas de custos de certidões, o oficial de registro civil Carlos Magno, do subdistrito de Brotas em Salvador, explica que a norma geral do FECOM tinha o intuito de evitar fraudes, mas precisava se adequar à realidade concreta.

“No caso das pessoas trans, há uma necessidade do procedimento de emissão de mais de uma certidão em menos de 90 dias. É um prazo muito dilatado na situação em questão. A Defensoria fez uma solicitação ao Fecom para que a entidade revisse esta norma nestes casos. Foi uma ação importante da Defensoria em articulação com outras entidades ligadas às causas LGBTQ+”, comentou Carlos Magno.

A requisição administrativa recepcionada pelo Fecom foi enviada em fevereiro e subscrita pelas coordenadoras da Especializada de Direitos Humanos da DPE/BA, as defensoras públicas Eva Rodrigues e Lívia Almeida. Também assinaram o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais – ANTRA e a Comissão para Promoção de Igualdade e Políticas Afirmativas em Questões de Gênero e Orientação Sexual do PJBA.

“Nesse processo de adequação de nome e gênero, vencemos mais uma batalha. Ainda temos alguns entraves para que a gratuidade da justiça seja total e irrestrita e estamos atuando para vencer cada um deles. Com a ajuda de importantes parceiros, vamos conseguir. Esteban me relatou que não estava acostumado a ver gente lutando junto com ele por seus direitos. À todas as pessoas trans da Bahia, a Defensoria diz contem conosco”, comemorou a defensora pública Lívia Almeida.

Matéria de Júlio Reis - DRT/BA 3352 | Foto: Agência Brasil, matéria reproduzida - site defensoria.ba.def.br

Namir presente com pauta migratória - Câmara instala na quinta-feira (18) a Comissão de Direitos Humanos

Enviado em 22/03/2021 - 08:31

Evento virtual, às 15h, terá palestra da procuradora da República Deborah Duprat


A Câmara de Salvador vai realizar, nesta quinta-feira (18), às 15h, a instalação da Comissão Temporária de Direitos Humanos e em Defesa da Democracia Makota Valdina. O colegiado passou a existir em 2019, como instrumento do parlamento soteropolitano de apoio à população, combate às desigualdades sociais e debates sobre formulações de políticas públicas para a capital mais negra do país, conforme explica a vereadora Marta Rodrigues (PT), presidente da comissão. 

O evento terá palestra da procuradora da República Deborah Duprat, além da participação de representantes de instituições públicas, movimentos sociais, entidades da sociedade civil e parlamentares federais, estaduais e municipais. Dentre os parlamentares, estão a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), os presidentes das comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado, o deputado federal Carlos Veras (PT-PE) e o senador Humberto Costa (PT-PE). 

A população pode assistir o evento,  que acontecerá de forma remota, pela transmissão ao vivo na TV Cam (canal aberto 12.3) e pelas redes sociais (facebook.com/tveradiocam). 

Com grande atuação nacional na defesa dos direitos dos cidadãos,  Duprat traçará um panorama sobre a importância do Plano Nacional de Direitos Humanos. Conforme Marta, o documento vem desde 2003 sendo construído amplamente com os setores da sociedade civil e que sofre graves riscos de retrocesso em sua terceira edição, este ano, com  a tentativa do governo federal de retirar a participação popular da elaboração e diminuir as estratégias que combatem especialmente o racismo, a misoginia, a LGBTQIA+fobia e o racismo religioso. 

Segundo a vereadora, a Câmara de Salvador deve ter como bandeiras constantes a luta contra as desigualdades sociais históricas da capital baiana, a geração de renda e o auxílio emergencial para combater a pobreza. “Temos um histórico de muito sofrimento e de mazelas por causa do racismo, da escravidão, da falsa abolição e dos de uma elite que colocam a população até hoje à margem do desenvolvimento social”, ressaltou. 

Participação

O colegiado terá na vice-presidência  o vereador e presidente do Legislativo Municipal, Geraldo Júnior (MDB). “É fundamental que Salvador tenha em seu Legislativo uma comissão dessa natureza, com a abrangência necessária e a participação efetiva dos seus membros, que eu tenho certeza que será de muito comprometimento”, disse Geraldo. 

Também fazem parte da comissão as vereadoras Ireuda Silva (Republicanos), Maria Mariguella (PT) e os vereadores Luiz Carlos Suíca (PT), Sílvio Humberto (PSB), Palhinha (DEM), Henrique Carballal (PDT) e Fábio Souza (SD).

Na mesa da sessão, estarão presentes a presidente e o vice da Comissão, a procuradora Deborah Duprat, a ativista pelos direitos indígenas Célia Tupinambá, a ialorixá Márcia Lima de Ogum, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), o deputado federal Carlos Veras (PT-PE) e o procurador e vice-presidente da OAB Nacional, Luiz Viana Queiroz.
Participarão também o ministro Benedito Gonçalves, coordenador da Comissão de Juristas Negros em Combate ao Racismo Estrutural; representações de instituições públicas, como Defensoria Pública do Estado, Universidade Federal da Bahia e Universidade Estadual da Bahia; secretarias estaduais, entidades da sociedade civil e movimentos sociais. 

Ainda entre os parlamentares confirmaram presença  a vereadora Dandara Tonatizin, de Uberlândia-MG, e os presidentes das Comissões de Direitos Humanos das Assembleias Legislativas da Bahia e do Pará, Jacó (PT) e Bordalo (PT), respectivamente, e a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB)

Plano 3

O Plano Nacional de Direitos Humanos 3 foi recomendado pela ONU para ser estabelecido por cada país como política de estado e não de governo. Conforme Marta, o plano vem sendo construído desde 2003 com amplas conferências e participação popular, no entanto, está sendo alvo de graves retrocessos.

 

Fonte da notícia: Assessoria da vereadora

Matéria reproduzida  Câmara Municipal de Salvador