Publicação é uma das estratégias de campanha da Ação Cidadã Infância sem racismo, que busca pautar o debate sobre como o preconceito racial se insinua desde os primeiro anos de vida da criança
O livro de minicontos Nossa querida Bia – Enfrentamento ao racismo desde a infância, da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA), é um dos finalistas do Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça deste ano. Concorrendo na categoria publicação especial, o livro enfrenta de maneira simples o preconceito e a discriminação que podem sofrer crianças negras por conta, por exemplo, do tipo de cabelo ou ornamentos de religiões de matriz africana que utilizam.
Com tiragem de 20 mil cópias, o livro de minicontos é uma das estratégias de campanha da Ação Cidadã Infância sem racismo: por uma educação antirracista! Ao partir da ideia de que ninguém nasce racista, a iniciativa busca fazer refletir e responder a comportamentos de marginalização e/ou hostilidade contra crianças negras reproduzidos desde a idade infantil.
Idealizado pelas defensoras públicas Eva Rodrigues, Gisele Aguiar Argolo e Laíssa Rocha, o livro contou com ilustrações de Karina Menezes e Nanci Rebouças do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Infâncias e Educação Infantil da Universidade Federal da Bahia, projeto gráfico de Saulo Macedo e Mateus Lima e coordenação editorial de Vanda Amorim, a época coordenadora da Assessoria de Comunicação da DPE/BA.
De acordo com a defensora Laíssa Rocha, que atua na defesa dos direitos da criança e do adolescente, a campanha e o livro têm como um dos seus objetivos romper o silenciamento sobre o debate das relações étnico/raciais na infância. “Afinal de contas as crianças, enquanto cidadãs e integrantes do corpo social, desde muito cedo sofrem influência direta dos valores difundidos numa sociedade que é estruturalmente racista”, destacou.
Para o coordenador de comunicação da Defensoria Pública, Alexandre Lyrio, a Ação “Infância sem racismo” é uma das mais importantes, impactantes e originais campanhas desenvolvidas pela Instituição, que tem focado sua rotina de produção no aspecto qualitativo.
“Desde conversas em família aos veículos de comunicação, o racismo na infância é um tema muito pouco abordado. O livro é resultado da comunicação constante entre as coordenações das Especializadas de Direitos Humanos e Defesa da Criança com a assessoria de comunicação. Um dos pilares do nosso trabalho hoje é a produção de materiais de qualidade. A repercussão social é produzida com informações e conteúdos bem elaborados, a quantidade por si só não alcança este resultado”, comentou Alexandre Lyrio.
O prêmio
Com 209 projetos inscritos entre as assessorias de comunicação das instituições que integram o sistema de justiça, os 37 finalistas (concorrendo em 12 categorias) foram anunciados nesta segunda-feira, 4, pelo Fórum Nacional de Comunicação e Justiça (FNCJ) que fomenta a premiação. O resultado final será divulgado no dia 22 de outubro durante o II Seminário do FNCJ.
Realizado anualmente desde 2014, o Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça busca reconhecer os melhores projetos das assessorias de comunicação do Sistema de Justiça. A premiação tem, entre outras finalidades, incentivar o trabalho dos comunicadores, promover a troca de experiências e estimular iniciativas na área da comunicação pública.
Concorrem ao prêmio: Tribunais Regionais Eleitorais, Defensorias Públicas, Justiça Federal, Tribunais de Justiça, Procuradoria Geral da República, Associações Nacional e Estadual das Defensoras e Defensores Públicos, Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal Regional Federal, Procuradoria Regional da República e a Universidade Fernando Pessoa e a Faculdade Interamericana de Porto Velho.
Matéria originalmente publicada no site defensoria.ba.def.br (05/10/2021) | Por Júlio Reis - DRT/BA 3352. Clique aqui para ver o texto original